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Não sou princesa, acordo descabelada.
Sou desastrada, não sei rir baixo e não respiro pra falar. Sou assim, sei lá... Mas de uma coisa eu tenho certeza: SOU ABENÇOADA!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011


Ontem coloquei dois pratos na mesa, na esperança de que a qualquer instante você batesse na porta e perguntasse: “E aí, querida, o que tem para o jantar?” Mas a demora da espera fez com que a comida esfriasse, e as velas sobre a mesa beijassem a base do castiçal, até perderem suas chamas. Pensei em pegar o telefone e ligar para você, mas aí lembrei que seu número já não fazia mais parte de minha lista telefonica. Ainda assim, meu cérebro traiçoeiro e isento de amor próprio fez questão de reviver suas memórias e provar que em algum lugar, aqueles oitos dígitos ainda estavam gravados em mim. Assim como sua voz permanecia gravada em meus ouvidos, seus beijos doces em meus lábios, e seu aroma em meus lençóis. Pensei, re-pensei e depois de pensar, desisti. Dizem que se você pensar demais, você deixa de fazer as coisas, lembrei e concordei. Busquei dentro de mim aquele sorriso tão meu, que outrora passara a ser seu, e coloquei-o no rosto, ignorando o vazio que se alastrava dentro de mim, e o tiquetaquear dos ponteiros do relógio que gritavam para mim: Não espera, menina. Não espera porque ele não vem. Sem deixar o sorriso se perder em meio as lágrimas, guardei as velas. Joguei o que restava da comida quase que intocada na lixeira, e deixei as rosas sobre a mesa, na esperança de que quando estas começassem a se tornar desbotadas e desprovidas de vida, levassem com elas minha dor. Deixei a porta aberta, mesmo sabendo que aquela chave junto do chaveiro com as nossas iniciais ainda estava com você — mas preferia pensar que não. Preferia pensar que se você voltasse, iria gostar de encontrar a porta aberta. Não só a porta da frente, mas também as laterais e principalmente as do meu coração. Sim. Eu sabia que a porta da frente não tornaria a se abrir, mas aceitar isso era como aceitar que eu não havia sido o suficiente. Que nós não éramos o suficiente. Então, em meio a toda dor deixada naquele cômodo, acreditei. Acreditei que após um fim, sempre há um novo começo. E esse era o fim. Você gritando, eu chorando, fotos sendo rasgadas, e a porta batendo. Esse era o fim (e eu, ironicamente, esperava que o novo começo fosse a porta se abrindo, e você sorrindo)

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