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Não sou princesa, acordo descabelada.
Sou desastrada, não sei rir baixo e não respiro pra falar. Sou assim, sei lá... Mas de uma coisa eu tenho certeza: SOU ABENÇOADA!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011


Não tem mais bagunça na sala e nem sua meia soltando pelinhos pretos que parecem terra. Hoje vou conseguir me esparramar bastante na cama e dormir, dormir, dormir. Vou poder ver coisas leves na televisão e não passar mais mal com seus jornais cheios de desgraça. Não tem mais você me fazendo comer o doce com licorzinho. Sobrou um buraco triste entre o sofá e a planta. Não tem mais seu secador de cabelo que me fazia sorrir como só as pessoas que sentem muita paz conseguem. E você pra contar mais umas das 500 histórias que me fizeram, pela primeira vez, não querer tanto ocupar a vergonha de gostar com minha voz. Não tem sua euforia, a cordinha da alegria na qual você se agarra porque tem medo do que passa abaixo dos seus pés. Não tem mais seus olhos arregalados além do susto, me pedindo que a gente se divirta, que a gente consiga porque, afinal, a vida não anda das mais fáceis pra você, e você sempre como um touro, tenta e consegue tudo. Olhos tão arregalados pra devorar, como um predador, pra se dar, pra correr atrás do que mata tanto desejo, pra conquistar o mundo com uma força que me faz ficar horas te olhando quase sem ar. Mas um pouco cego pra momentos cruciais de delicadeza e interpretação. Os vencedores são mesmo um pouco egoístas e apesar de você ter me visto tanto e feito tanto e sido mais do que tanta gente que tentou bastante, é claro que a luz principal você deve guardar para o seu caminho que eu tenho certeza que será maravilhoso. Olhar com amor requer um tempo que pessoas de passagem não podem e não devem ter e eu, em vão, tentei ser aquele maluco da plateia que agarrou o corredor rumo ao pódio solitário.
Você está certo em exibir ao mundo tantos dentes e tão brancos. Eu é que estou errada quando paro um pouquinho para olhar com tristeza esses sustos do amor. Não tem mais você tirando sarro quando eu não aguentava a dor no peito e te dizia no escuro que era mais ou menos amor mesmo. Porque era. Porque é. Se você soubesse o estado que estou agora, zumbi, pegando detalhes seus por aqui, e doendo tanto que nem sei mais por onde começar. Eu não aguento mais começar. Queria tanto continuar. Não sei, não aguento, ainda não posso, mas queria continuar.
Alguma coisa deu errado em mim, eu não sei te explicar e eu não sei como arrumar e nem sei se tem ajuda pra isso. Mas meu corpo inteiro se revolta quando gosto de alguém. Me armo inteira pra correr pra bem longe e pra lutar com unhas gigantes quem tentar impedir. Me mata constatar como é ridículo ficar com saudade só de você ir tomar banho. Ter que sentir ciúme ou mágoa ou solidão e sorrir para não ser louca. Eu sinto de um tamanho que eu não tenho e então começo a adoecer, como sempre. Eu não sou louca, eu só não tenho pele pra proteger e quando você toca em mim eu sinto seus dedos e olhos e salivas deslizando por todos os meus órgãos. E você não precisa entender o medo que isso dá, mas talvez um dia possa ter carinho.
Ao final sobro eu aqui, nem doar sangue eu posso porque não tenho tamanho, com medo das horas, dos sons, dos meus ossos. Se você pudesse ver agora, tão pequena, tão desesperada, tão apaixonada, você me diria tantas coisas horríveis de novo? Se você visse como flutuo pela casa sem conseguir pisar no chão porque dói demais você não estar aqui, você diria novamente que eu peso demais?
Me perdoe pelos meus mil anos à frente dos nossos segundos e pela saudade melancólica que eu senti o tempo todo mesmo sendo nossos primeiros momentos. Pelo retesamento na hora de entregar. Pela maneira como eu grito e culpo quem tiver perto por uma angustia que sempre foi e será só minha e que eu sempre suporto mas quando sinto amor fico achando que posso distribuí-la um pouco, mesmo sabendo que é fatal. Me desculpe por eu ter querido tanto ficar bonita e perfeita e só ter conseguido olheiras e ossos. Me perdoe pelas vezes que de tanto querer leveza acabei pesando a mão. De tanto querer sentir, pensei sobre como estava sentindo, e perdi o sentimento. Ou senti sem pensar e isso pra mim é como meus medos das drogas e então precisei roubar a chave do carro do seu bolso pra me proteger de não olhar mais uma vez você e nunca mais voltar pra casa. Minha maior dor é não saber fazer a única coisa que me interessa no mundo que é amar alguém. Me perdoa por eu querer de uma forma tão intensa tocar em você que te maltrato. Minha mão acostumada com um mundo de chatices e coisas feias fica tão gigante quando pode tocar algo lindo e puro como você, que sufoca, esmaga e estraçalha. Me perdoe pela loucura que é algo tão pequeno precisando de amor e ao mesmo tempo algo tão grande que expulsa o amor o tempo todo. Eu sou uma sanfona de esperança. Eu tenho estria na alma.
Enfim. Cansei de pedir desculpa por quem eu sou. Cansei de ouvir de todo mundo como é que se trabalha, se ama, se permanece, se constrói. Eu tentei com todas as forças amar você e agora sofro com todas as forças pelo buraco que ficou entre o sofá e a planta e o meu coração. Você vai embora e eu vou voltar para as minhas manhãs com o iogurte que eu odeio mas que é a única coisa que passa pela garganta quando o dia tem que começar. Vou voltar para aqueles e-mails chatos de pessoas que eu odeio mas que pagam esse apartamento sem você. E ficar me perguntando de novo para quem mesmo eu tenho que ser porque só tem graça ser para alguém. E que se foda o amor próprio.
Você me disse e me olhou de formas terríveis mas o que sobrou colado em cada parte do dia e de mim é a maneira como você sorri levantando que nem criança o lábio superior direito e como eu gosto de você por isso e por tudo e mesmo quando é ruim e sempre quando é incrível e ainda e muito e por um bom tempo.


Você, que me tem por inteira; você, que me arrancou a frieza, o desapego e me tirou daquele mundo solitário dentro de mim, sem nenhuma piedade; você, que sempre foi muito mais do que cabe em meu peito, que me guia para destinos incertos, por caminhos cheios de cores e alegrias, que me segura quando tropeço impedindo que eu colida com o chão; você, que juntou todas as mágoas e desilusões, trocando-as por amor. Você que me completa com a própria existência e desarma com um sorriso; é para você que escrevo, completando os meus espaços com os seus e que me entrego aceitando qualquer risco.

Ontem coloquei dois pratos na mesa, na esperança de que a qualquer instante você batesse na porta e perguntasse: “E aí, querida, o que tem para o jantar?” Mas a demora da espera fez com que a comida esfriasse, e as velas sobre a mesa beijassem a base do castiçal, até perderem suas chamas. Pensei em pegar o telefone e ligar para você, mas aí lembrei que seu número já não fazia mais parte de minha lista telefonica. Ainda assim, meu cérebro traiçoeiro e isento de amor próprio fez questão de reviver suas memórias e provar que em algum lugar, aqueles oitos dígitos ainda estavam gravados em mim. Assim como sua voz permanecia gravada em meus ouvidos, seus beijos doces em meus lábios, e seu aroma em meus lençóis. Pensei, re-pensei e depois de pensar, desisti. Dizem que se você pensar demais, você deixa de fazer as coisas, lembrei e concordei. Busquei dentro de mim aquele sorriso tão meu, que outrora passara a ser seu, e coloquei-o no rosto, ignorando o vazio que se alastrava dentro de mim, e o tiquetaquear dos ponteiros do relógio que gritavam para mim: Não espera, menina. Não espera porque ele não vem. Sem deixar o sorriso se perder em meio as lágrimas, guardei as velas. Joguei o que restava da comida quase que intocada na lixeira, e deixei as rosas sobre a mesa, na esperança de que quando estas começassem a se tornar desbotadas e desprovidas de vida, levassem com elas minha dor. Deixei a porta aberta, mesmo sabendo que aquela chave junto do chaveiro com as nossas iniciais ainda estava com você — mas preferia pensar que não. Preferia pensar que se você voltasse, iria gostar de encontrar a porta aberta. Não só a porta da frente, mas também as laterais e principalmente as do meu coração. Sim. Eu sabia que a porta da frente não tornaria a se abrir, mas aceitar isso era como aceitar que eu não havia sido o suficiente. Que nós não éramos o suficiente. Então, em meio a toda dor deixada naquele cômodo, acreditei. Acreditei que após um fim, sempre há um novo começo. E esse era o fim. Você gritando, eu chorando, fotos sendo rasgadas, e a porta batendo. Esse era o fim (e eu, ironicamente, esperava que o novo começo fosse a porta se abrindo, e você sorrindo)

Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar.
 Caio Fernando Abreu
Por que a gente se envolve tanto com uma pessoa, sabendo que um dia pode tudo acabar, todos os laços se romperem, e o que a gente achava que era mais importante se perdesse? Não aos poucos, por desgaste.
A gente pára pra pensar na vida e nas pessoas, várias coisas passam pela nossa cabeça. Mas o que a gente esquece de lembrar sempre que as pessoas são diferentes, e a gente aprende cada dia mais. Isso parece besteira, mas eu esqueço disso sempre.
Eu faço o máximo do máximo do máximo pra não acordar e lembrar de um dia feliz. Ou não tão feliz.
Procuro fazer favores para eles não serem retribuidos, e sim reconhecidos. Enxergue tudo que eu fui capaz de fazer de bom. Tente reconhecer, e não retribuir. Para mim são coisas inesquecíveis, porque exigia minutos e horas que exigiam dedicação somente a você. Você foi egoísta, entenda.
Meu Deus, quantas vezes eu tive que gastar meu tempo pra ouvir você falar dos seus amores, da sua vida, e sem pedir nenhum conselho, eu dava? Por pura bondade. Sem nenhum egoísmo, porque acima de tudo, eu tentava ser diferente de você.
E sabe todos esses favores, que pelo menos eu fazia questão de que você reconhecesse eles? Você nunca foi capaz de entedê-los.
Sabe, eu não sei que me deu na cabeça ao botar uma pessoa que eu mal conhecia na minha vida, e sair gritando para os quatro cantos do mundo que eu tava feliz. Apenas metade de mim tava feliz. E eu não parei pra ouvir a outra parte.
Você não consegue ter freios. Isso faz com que você seja egoísta, e você é.
Estou te devolvendo tudo de ruim que você plantou em mim. Porque é só isso que você tem a dar aos outros. Te devolvo tudo isso, a medida que eu escrevo. Escrever me deixa mais aliviada e bem mais feliz.
Eu te agradeço, muito mesmo! Por ter aberto meus olhos, e me mostrado que existem pessoas como você no mundo.
Eu sei que ninguém é igual a mim, e ninguém pensa que os favores que realizam são feitos apenas para serem correspondidos.
Te deixo o último conselho: abra seus olhos. Nem todo mundo vai estar a sua disposição como eu estive.
Um dia, quem sabe, os grandes cientistas criem pessoas descartáveis. Usou, joga fora. Sem deixar lembranças, sem deixar história, sem deixa confiança.
Os momentos mais felizes da minha vida estão de cór na sua cabeça... mas os mais tristes, eu duvido que você saiba. Porque nos momentos ruins, você fugia.
O que eu fui pra você? Você é capaz de responder? Acho que não. Porque você nunca foi tão boa pessoa como eu tentei ser pra responder essa pergunta. E eu não sou orgulhosa.
Você queria ter sido o que eu fui com você. Você queria ter as palavras que eu tenho, pra te dar todos aqueles conselhos.
Eu espero que você me escute, nem que seja só essa vez. Agora eu estou sorrindo, porque me sinto aliviada. Boa sorte para os que continuam com você.

Meio dia sem você. Mil maneiras de me trazer de volta, me recompôr, me acalmar, mas não tenho vontade e nem coragem para afastar sua presença. Talvez eu precisasse, desde sempre, saber quais das suas confissões eram realmente verdadeiras. Talvez eu devesse me manter a alguns quilômetros de distância dessa sua forma esculpida e teatral de enfeitar o amor. Talvez eu tivesse que me resgatar do seu cárcere, libertar nosso abraço, refazer meus passos em outra direção. Porque eu sei que sabor eu tenho para você. Eu sei que, quando você me olha profundamente, encontra as folhas secas parecidas com as que caem em seu quintal. Não posso esconder a destruição das minhas ousadias. Faz tempo que eu não me imponho. Faz tempo que estou ao seu dispor porque não tenho forças para lutar contra a sua beleza. Mas agora, sem saber se isso é você ou só a imagem que tenta me passar, eu tenho vontade de dizer qual mensagem subliminar estaria escondida em seu sorriso, qual carta você seria em meu baralho, qual cor acompanharia a sua refeição. Tenho vontade de falar que estou dando adeus, que quanto mais você se enaltece, mais eu preciso ir embora. E se, para você, eu tenho gosto de outono falido, para mim, você tem gosto de despedida. É certo que vou conseguir passar outras horas do relógio sem você. Vou conseguir. Espero minha solidão como quem espera o sertão virar mar. Queria ser ausente de você. Sozinha ao lado de qualquer outra pessoa que não seja tão maior e tão mais esperto que eu.